Verbo

-Na criação, o verbo se fez matéria. Em mim, que a matéria se faça verbo...

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Despedida


Despeço-me então de ti
Cidade querida onde um dia nasci
E rumo para um rio que não corre
Voa
Entregar-me aqueles que não amam
Zoam
Entregar-me a mim

Tudo a frente é incerto
Vejo um vasto deserto
Se apresentar e confesso
Que não estou triste
Mas posso ficar

Seu perfume me motiva
E me intriga
Não sei se vou suportar
Deixar-te aqui
Entregue a quem quiser
Ou aqui ficar sem poder me entregar


Se eu vou
Eu me mudo
Mudo de mundo
Mas volto pra cá



Para rever-te então
Com toda a amizade
Por minha querida cidade
Que sempre me acolherá

E encontrarei nas ruas e vielas
Moças bonitas
Mulheres belas

E já estarei sorrindo
Mas voltarei talvez, triste
Como alguém que ainda insiste
Em um erro, mirar e acertar

Um comentário:

  1. Despedir como quem solta de si na voragem louca aquilo que é do mundo, é receber da vida o que é seu de retorno e que sempre esteve contigo! Ainda que em outra face, ainda que se disfarce, ainda que ainda.

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