Verbo

-Na criação, o verbo se fez matéria. Em mim, que a matéria se faça verbo...

sábado, 23 de junho de 2012

Filha da chuva

Filha da chuva
Menina das lagrimas doces
De sorrisos fáceis e choros sentidos
Menina de sentimentos
Feita das gotas de chuva
Do sopro do vento
Do frio

Nem mulher nem menina
Caminha nua
A filha da chuva
Pelas ruas desertas
Completamente pelada
Despida
De qualquer conceito
Ou preconceito
Que precedam a sua verdade.
A SUA vontade,
Menina mulher.

Filha da chuva
Filha da lua
Terror da serpente
À verdade és fiel

Filha da chuva
Guerreira da lua
Te vejo nas estrelas, lá longe
Nas nuvens do céu

Fogueira

E os ventos sopram lá fora...
Sopram fortes, ferozes, vorazes
Estão gélidos e revolvem meus cabelos
Secam minha boca e deixam em minha alma o eterno gosto do prazer
O gosto do calor do fogo
O fogo da fogueira na noite ventosa
O fogo do corpo
O calor da alma

Acendo uma vela para o vento
Para ver a chama bailar
Dança e brilha, cospe fogo
Salamandra menina

Saiba que há brasas que não sucumbem a chuva na orla
Saiba que há troncos que queimam até de manhã
E principalmente saiba,
Que você é forte o suficiente para erguê-los
E carregá-los
Por onde quer que seja,
Por onde tiver que ser,
Por onde for!


terça-feira, 12 de junho de 2012

Do além


Não nasci pra ir pro inferno
Nem vou poder ir para o céu
Vou viver é como eu quero
Sem pecado e com meu Eu

Não aguento purgatório
Sigo o bem e o Meu
Sirvo ao Deus que SOU EU mesmo
E ao "pecado" original

Não choro nem peço perdão
Resolvo o que é necessário,
O que não É, jogo no chão

Bebo agua benta e cachaça
Sambo na igreja e oro na praça
Tomo banho de mar

Lavo a alma na cachoeira
Descarrego qualquer besteira
Que possa vir a me atrapalhar

Agradeço a agua me que lava
Ao sol que me seca
A lua que me abençoa
Agradeço a toda coisa boa
Que venha me acompanhar

E amo,
E isso basta.

Querer


Quero uma nova sensação
Quero essa louca emoção
Quero me apaixonar

Sentir a perna tremer
O corpo ascender, a voz embargar

Quero sentir amor por alguém
Que me ame também
A quem eu possa amar

Não quero só excitação
Não me atrai só o tesãp
Quero o amor e o amar

Esse jogo de ciumes
Não quero o mau costume
Nem me contaminar

Quero acampar na serra
Na beira do rio ou na praia deserta
Quero poder te beijar

Quero uma nova pessoa
Mas só me vem o seu nome
Quando eu penso em amar

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Lontra






 
Vamos falar sobre o amor
Sobre as pedras, areias e praias desertas
Vamos falar sobre as conchas
Sobre a noite de frio, sobre a chuva e o vento

 
A fogueira, o vinho
O tesão, o tormento
A onda quebrando
O amor acendendo
A vida fluindo
E meu corpo tremendo

 
Vamos falar sobre a paz
A alegria que faz tudo acontecer
Vou falar sobre a noite
Estender uma ponte entre eu e você

 
Vou voar pelos céus
Te dar beijos de mel
Vou te enlouquecer
Vou apagar o seu fogo
Com agua de côco
E depois vou beber

 
A fogueira, o vinho
O tesão, o tormento
As ondas quebrando
O barulho do vento
O meu fogo subindo
E seu corpo tremendo

 
Vamos cantar legião
Vamos esroscar as mãos
Vamos nos enroscar

Vamos dormir bem juntinhos
Sair bem cedinho
Ver uma lontra no mar.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Voar com as gaivotas

Entre dois mundos em igual confusão,
não me agrada essa atual situação de não solucionar
Fado, o enfado cansativo e desgastado pelas sombras da esperança
que permeam minh'alma
Minha alma permeIada, descentralizada, por vezes, incoerente
Inocente.
Mente que brinca.
Mente que mente, que inventa e que sente
Uma verdadeira mentira, uma loucura
Uma loucura nua
Lavada e despida de critérios e caráter.
Volúvel, altamente variável.
Inflexivel.
Incoerente.
Mente essa, que constroi a ponte
e impoe o medo de cruza-la
A fonte, de toda alegria
E todo pesar.
Mente, não minta
Entenda, não finja
Não fuja
Não corra
Voe...